Domingos Moreira técnico do Leões Valboenses F. C.
Considero Domingos Moreira um excelente treinador de futsal. Aprecio a atenção que dá aos pormenores de organização táctica e ao posicionamento dos atletas. É um treinador que põe as suas equipas a praticar um futsal atraente e isso é sempre de relevar.
Apresenta um apreciável “curriculum” ao longo dos seus cerca de vinte anos como treinador de futsal. Passou já pelo Miramar, Universidade Lusíada, Escolas da Arreigada, Famalicense, novamente Escolas da Arreigada, pelas Selecções Nacionais, pelas selecções regionais, Associação Recreativa 1º de Dezembro, Leões Valboenses, Jaca e novamente Leões Valboenses, onde vai na 3ª época consecutiva.
Vamos à entrevista.
Órcar Rosas [OR]: No início da época o Leões Valboenses não estava bem colocado na “bolsa de apostas” para a subida de divisão. Agora, já bem dentro do último terço do campeonato, acredita que só algo de muito inesperado pode impedir a subida dos Leões?
Domingos Moreira [DM]: Não penso assim. Acho perfeitamente possível que os Leões possam não ser os campeões. A alguma desconfiança inicial a equipa respondeu com uma série de vitórias importantes, mas um novo ciclo de jogos difíceis está à porta…ou não. Queremos acreditar que a forma como trabalhamos é suficiente para nos mantermos na senda dos resultados positivos.Dependemos apenas de nós e tendo em conta a vantagem que temos estamos confiantes que podemos manter este percurso de sucesso até ao final. No entanto o futsal é imprevisível e, por isso, não encarar essa hipótese, até por uma questão matemática e porque há ainda outras equipas de valor, como o Sangemil, Ordem e Arsenal, que não nos vão facilitar a vida, não seria sério.
A maturidade desta equipa técnica e desta direcção permite-lhe levar os atletas a pensarem só jogo a jogo, não lhes exigindo nada.
OR: Não teme que os jogadores dos Leões possam relaxar nesta ponta final do campeonato, tendo em conta a vantagem pontual que têm?
OR: A equipa continua motivada?
DM: Sim. Não há melhor motivação que acreditar que vamos ser campeões. Se as outras equipas, que estão atrás de nós, estão motivadas porque não o deveríamos estar nós? Mesmo nos poucos momentos menos bons que tivemos esta época soubemos dar a volta aos acontecimentos e retomar o caminho do sucesso.
OR: Aproxima-se o jogo com o Sangemil (os dois primeiros da classificação) que na primeira volta goleou os Leões. Acha que esse jogo será uma boa oportunidade para clarificar qual é a melhor equipa da honra?
DM: Não há esse sentimento de definição de quem é a melhor equipa da honra. Jogar com o Sangemil, fora ou em casa, é sempre extremamente complicado. É uma equipa que pode criar grandes dificuldades dado ser constituída por atletas de reconhecido valor. É verdade que queremos provar que a derrota no jogo da primeira volta – no qual jogamos desfalcados de três ou quatro atletas influentes – foi um acidente de percurso. Se não conseguirmos a vitória saberemos, certamente, dar os parabéns ao nosso adversário. É que nós sabemos ganhar mas também sabemos perder. Quando perdemos, o que tem sido raro, não perdemos a cabeça e nem arranjamos bodes expiatórios para a derrota, como acontece com alguns dos nossos rivais.
Mas acerca do jogo que referiu, não tenho dúvidas que a pressão está toda do lado do Sangemil.
DM: Sei que há interesse por parte da direcção dos Leões para que eu continue. Por minha parte posso, desde já, afirmar que me sinto maravilhosamente nos Leões. Aqui funcionamos como uma verdadeira família. Os directores, com particular saliência para o Sr. Júlio Barbosa, são cinco estrelas, do melhor que encontrei, até hoje, no futsal. O meu adjunto de já longa data (António), leal e competente, é outra peça fundamental na engrenagem dos Leões. Sabe claramente os contornos do seu papel e a importância que dou ao seu trabalho. Os atletas são excepcionais na entrega e dedicação. É um grupo de atletas que apesar da sua juventude (média de 21 anos, certamente o plantel mais jovem da honra) já joga junto há algum tempo, tendo criado laços de união e solidariedade que são importantes dentro e fora da quadra. Sou o que sou porque tenho à minha disposição um núcleo de jogadores de grande talento. São eles que levam a equipa ao sucesso. Eu, como líder, sou apenas a face visível da mesma.
Se esta cadeia não se desfizer é mais provável que possa continuar, mas ainda é cedo para falar nisso. Deixe-me gozar este momento.



Sem comentários:
Enviar um comentário