terça-feira, 1 de março de 2011

Artigo de opinião por Pedro Magalhães

ANTI-JOGO – A “técnica manhosa”
Permitam-me discorrer um pouco, ao correr da pena, de forma algo ingénua, mas assumida, colocando o “dedo na ferida” na temática em epígrafe.
Vejamos: As Leis do Jogo de Futsal impõem, a título imperativo, normas que pretendem erradicar /minorar o comportamento antidesportivo, sendo que a própria lei 5, respeitante à autoridade dos árbitros, define, quanto às suas competências e obrigações, o dever de “sancionar o comportamento antidesportivo (…/…)” e a Lei 12 é clara relativa à questão em apreço, prevendo sanções (advertência ou expulsão) quando se verificam infracções em presença.
Posto isto, conclui-se, de imediato, que o legislador pretende “jogo limpo” punindo os seus prevaricadores, mas quando as normas não são aplicadas ou esquecidas, permite-se incorrer em situações injustas e de deturpação de resultado pela não garantia de todas as condições para o utópico “jogo limpo”.
Nos últimos tempos tenho assistido a alguns jogos onde esta MÁ PRATICA começa a ser recorrente e francamente julgo que é tempo de dizer basta, sendo necessário que haja uma concreta aplicação dos normativos legais.
Veja-se, por exemplo, que uma das normas alteradas para combater o antijogo teve a ver com a evidência do jogo que algumas equipas (des)construíam o jogo usando “espertamente” o seu guarda-redes.
Ou o novo normativo não foi suficiente ou as equipas de arbitragem não são competentes, não conhecendo ou não querendo conhecer o “espírito da lei” e, consequentemente, não aplicam devidamente esses princípios insertos nas leis de jogo.
Permitam-me um desabafo: Este fim-de-semana assisti a um jogo onde dos 20 minutos da segunda parte, apenas se jogou pouco mais de metade. Isso mesmo quase 50% do tempo foi perdido em falsas lesões.
Quando se trata de um jogador de campo o árbitro melhor ou pior acaba por retirar o elemento para ser assistido fora das quatro linhas, mas as leis de jogo protegem, e bem, o guarda-redes.
Mas, caso a equipa esteja em vantagem do marcador, sentindo-se pressionada, com a aplicação da “técnica manhosa”, consegue passar metade do tempo de jogo em falsas lesões, fazendo o relógio contar a seu favor – Uma singela questão - Haverá aqui Fair Play ou existe antijogo/comportamento antidesportivo?
Como é sabido, este desvio a um comportamento normal/mediano “gera exemplo e estímulo negativo” e perturba, causa desconforto e atrapalha (com demérito de quem pratica essa “técnica manhosa”) a participação desportiva responsável de todos os praticantes do nosso Futsal.

Enganem-se aqueles que pensam que esta pratica é uma técnica/estratégia astuta, de nível “Mourinho” - a retenção de bola por uma equipa traduzida por posse de bola, em nada têm a ver com as perdas de tempo em falsas lesões ou faltas teatradas que lá continuam a iludir as equipas de arbitragem.
É impressionante, mas os responsáveis das equipas acarinham e fomentam, desde os mais tenros escalões, essa “técnica”! Quão diferente somos de outros povos, onde o Fair Play impera e estas práticas são rejeitadas e até mal vistas por quem ama este jogo.
O paradigma de mudança tem que acontecer em todos e, em especial, nas consciências daqueles que gostam desta modalidade, daqueles que querem evoluir à custa do seu esforço, técnica e dedicação e não pelos ditos processos “manhosos” com vista a conquista de pontos falsamente (e injustamente…) conseguidos.
Urge não compactuar com estas situações para dignificação do nosso desporto, e também para a educação dos nossos jovens que erradamente são ensinados a ganhar a qualquer custo.
Tenho presente que não serei bem compreendido, mas deixo este alerta a todos os técnicos conscientes, que felizmente são a grande maioria que se insurjam contra estes métodos.
Uma reflexão de alguém que gosta de apreciar um jogo de FUTSAL, disputado com “Fair Play” de parte a parte.
Saudações desportivas

5 comentários:

  1. Boa tarde quero dar os parabéns ao Sr.Pedro Magalhães por este comentário tem toda a razão no que diz.
    O jogo com o S.Gens/Balio em seniores foi isso que aconteceu os jogadores eram tratados no dentro do campo punha gelo e até se calçavam dentro campo e depois é que saiam e entravam novamente no jogo pareciam balas a correr foi uma constante o anti-jogo tenho a dizer que jogo jogado foi para ai 40% mas nestas situações a culpa é dos árbitros.
    Dou-lhe um exemplo na semana anterior um jogador nosso sofreu uma lesão grave que o ombro saiu e o árbitro pediu para tirar o jogador para fora do campo e esteve a espera do INEM para ir para o hospital como vê duas situações mas os árbitros penso que no neste jogo esteve bem, no jogo do S.Gens valia lesões atrás de lesões

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  2. Boa noite,
    Eu penso que passa pela sensibilização dos treinadores e dirigentes. Não me parece que as equipas de arbitragem possam fazer muito mais nesse aspecto. Os árbitros não têm capacidade de confirmar se o jogador efectivamente está a simular ou não. Não me parece completamente descabido que os árbitros possam prolongar o tempo do jogo mediante uma paragem ou mais que aconteça durante o mesmo.
    Penso que esta questão é muito bem levantada mas efectivamente implica mudar muitas regras para que isto não aconteça.
    Fernando Teixeira

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  3. Boa noite a todos,
    Curiosamente no jogo de sábado entre o Clube Infante Sagres e o S.Pedro de Fins esta "técnica manhosa" foi exageradamente usada. Não quero criticar a equipa que a praticou porque já tenho muitos anos de futsal e esta "técnica" já se usa à muito tempo e por todos. Apenas quero reforçar o que já tinha escrito dizendo que não é fácil para os árbitros aplicarem o bom senso como me foi dito a mim pela arbitra do jogo. Um dos comentários da equipa de arbitragem foi:"Não posso prolongar muito mais o jogo porque há mais jogos a seguir..."
    O que me apraz dizer é que na verdade o bom censo da equipa de arbitragem existe mas motivos mais fortes não permitem que o possam usar.
    E porque não obrigar o Guarda-redes a sair quando tem de ser assistido como um jogador de campo normal?
    É muito complicado mas alguma coisa tem de ser feita para o bem do futsal.
    Cumprimentos a todos,
    Fernando Teixeira

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  4. O Fernando Teixeira equivocou-se ao referir o nome do S.Pedro Fins por 2 razões: porque o S.Pedro Fins não jogou com o Infante Sagres e sobretudo porque o S.Pedro Fins não pratica este tipo de anti jogo, condenando-o de todo.
    Óscar Rosas

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  5. José Oscar, tem toda a razão, por engano meu troquei o S.Pedro de Fins pelo Silva Escura.

    Peço desculpa pelo lapso.
    Fernando Teixeira

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