A relação Presidente/Treinador
No passado dia 18 de Junho do corrente ano realizou-se, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Sobrado, a 1ª Conferência dos Treinadores de Futsal.
Tive o privilégio de ser convidado pela Organização a ser um dos oradores da referida Conferência, convite que aceitei com muito gosto.
O tema que escolhi, para debate, foi “A relação Presidente/Treinador”.
Por me ter sido solicitado faço agora um resumo da minha exposição.
Escolhi tal tema de forma a tentar analisar e caracterizar o estilo das lideranças adoptadas pelos Presidentes, ou seja, a forma como gerem a autoridade de que se encontram investidos e os modelos de influência que exercem, ou não, sobre os treinadores escolhidos.
É esta a chave desta problemática.
O Presidente é que, habitualmente, convida um treinador para assumir o comando técnico da equipa.
Em princípio deveria fazer esse convite baseado num critério de competência, provas dadas, boas referências, etc.
Mas, é muito frequente, isso não acontecer.
O convite é endereçado por amizades, simpatias pessoais, “cunhas” ou, em caso extremo, por que não há outro disponível.
O treinador, após ter recebido o convite, e antes de o aceitar, deve definir bem as suas competências e as condições que lhe são fornecidas.
Alguns cenários se colocam:
- Não deve querer poder desmesurado que implique o “apagamento” da figura do Presidente.
Isto acontece, por norma, quando o treinador tem como maior característica forte personalidade e o dom da palavra. Demonstra falta de hierarquia no clube.
Dei o exemplo de uma equipa que este ano disputou a Divisão de Honra da AFP em que o seu Presidente da Direcção não assistiu a um único jogo. Significativo.
- Há também os casos em que a relação Presidente/Treinador se desgasta após o Presidente passar a questionar o Treinador acerca das suas opções tácticas e jogadores utilizados.
Isto acontece quando os presidentes se comportam como se fossem donos dos clubes, ou seja, quando o clube está centrado num modelo presidencialista mas sem que o Presidente tenha conhecimentos técnicos suficientes.
- Há, por fim, situações em que o Presidente tem temperamento forte, tal como o Treinador, e ambos não são adeptos de manuais de conduta, é certo e sabido que isso vai provocar incompatibilidade de feitios.
Conclusão: é de exigir que o Presidente assuma a responsabilidade de ser o principal responsável do clube para que o lugar não seja, indevidamente, ocupado pelo treinador mas que não invada a área técnico/táctica que é um feudo de exclusiva competência do treinador.
Sem comentários:
Enviar um comentário