quarta-feira, 11 de maio de 2011

Tempo Morto por Óscar Rosas

Entrevista a Sérgio Carvalho
Retomamos hoje a rubrica “Tempo Morto” entrevistando Sérgio Carvalho, treinador dos seniores do Clube Académico de Sangemil, clube que Sérgio Carvalho acaba de recolocar no topo do futsal distrital da AFP ao sagrar-se campeão da 1.ª Divisão de Honra a uma jornada do fim.
Com trinta e nove anos de idade e ao fim da terceira época como treinador de futsal, Sérgio Carvalho iniciou a sua carreira de treinador do serviço do Juventude Desportiva de Águas Santas onde esteve duas épocas, conseguindo, numa delas, uma subida de divisão, despertando assim o interesse do Sangemil na sua contratação.
É um técnico estudioso e minucioso.
Fora do futsal é um empresário de sucesso, é casado e tem uma filha.
Vamos á entrevista.
Óscar Rosas [OR]: Qual o teu primeiro sentimento que te vem à cabeça quando pensas neste título?
Sérgio Carvalho [SC]: Que é um bom momento para fazer um balanço, para ver o que já consegui, perceber como consegui, as coisas que foram feitas para o conseguir.
OR: E que balanço fazes?
SC: É um balanço claramente positivo. Todos os desafios que tive foram ganhos. Com dificuldades, é certo, mas é a ultrapassagem dessas dificuldades que nos tornam mais fortes e nos obrigam a crescer. É como se tivesse conseguido ultrapassar a montanha. Aprendi muito esta época.
OR: Como estás a digerir este título de campeão?
SC: Com satisfação e muita tranquilidade. Sei que muitos querem passar a ideia de que a minha equipa só venceu por erros de casting dos nossos adversários tentando passar uma imagem de demérito por aquilo que o Sangemil fez o que não corresponde minimamente à realidade. O nosso sucesso deveria ter o devido reconhecimento. Fomos, claramente, a melhor equipa da prova.
OR: Admites que este título pode ser determinante no teu processo como treinador?
SC: Sim. Tenho a noção que o Sangemil tinha de ser campeão ou no mínimo subir de divisão. Se não tivesse andado sempre em 1º ou em 2º lugar provavelmente já há muito não seria treinador deste clube. Foi uma aposta de risco do clube e minha também. Se esta época não fosse bem sucedida seria um revês na minha ainda curta carreira.
OR: Como sabes fala-se que o Sangemil foi, durante a época, beneficiado pelas arbitragens. Como reages a estas insinuações?
SC: Eu não sou comentador de arbitragens. Só treino jogadores de campo. Por tal motivo não gostaria de me alongar muito no assunto. Contudo poderei acrescentar apenas que isso é uma falácia. Temos feito grandes jogos e os árbitros tanto erram a nosso favor como contra nós. Sempre fomos contundentes nos jogos que fizemos e as vitórias que conseguimos foram sempre alcançadas por mérito próprio. Por isso, sobre esse tema, estamos muito tranquilos.
OR: Á entrada do último terço do campeonato a tua equipa foi atacada por uma onda de lesões (Baptista, Bruno e Mendonça). Isso afectou a equipa?
SC: Inconscientemente e inicialmente o grupo sentiu-se um pouco abalado e isso fez com que os nossos adversários acreditassem que o Sangemil estava mais debilitado. Eu nunca pensei assim. Sempre acreditei que ainda tinha jogadores capazes de “encaixar” perfeitamente no modelo de jogo adoptado. Fizemos apenas algumas readaptações. Isso foi a chave do sucesso nessa fase. Certo é que conseguimos dar a volta por cima. As grandes equipas também têm esse mérito. Nunca disse que não ganhamos um jogo por não termos esses atletas lesionados.
OR: O Sangemil tem condições para manter os seus principais atletas para a próxima época?
SC: Acho que sim. Os jogadores sentem-se bem no clube. É verdade que o aspecto financeiro é importante mas o Sangemil só perde mesmo nisso para os seus principais adversários. Em tudo o resto, condições de trabalho, organização, etc, é melhor ou na pior das hipóteses igual.
OR: Destacas alguém – atleta, dirigente, etc – neste título?
SC: Destaco todos os atletas. Há uns mais mediáticos que outros, há outros praticamente desconhecidos, mas seria muito injusto destacar algum porque todos eles, ou quase todos eles, são jogadores que me deram tudo e que merecem estar na minha memória futsalistica. Eles sabem que não olho a nomes e que procuro dar sempre a mesma atenção a todos eles, independentemente de quem sejam.
OR: Como classificas o apoio directivo que te foi dado pelos dirigentes do Sangemil?
SC: Nada tenho a opor. Tive o apoio necessário ao desempenho cabal das minhas funções.
OR: E o teu futuro? Onde vais treinar na próxima época?
SC: O meu futuro vai ser continuar a ganhar. Estou preparadíssimo para treinar qualquer clube pois confio no meu valor. Não sei se continuarei no Sangemil ou não. Ainda não houve oportunidade de conversar com a direcção do clube sobre uma eventual renovação. Esse encontro, presumo eu, realizar-se-ta em breve e então aí decidirei o meu futuro. Até lá tudo o que se disser sobre este assunto não passa de especulações.

1 comentário:

  1. Um grande abraço ao meu amigo Serginho de parabéns desejos de muito sucesso.
    Fernando Teixeira

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