quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Tempo Morto – por Óscar Rosas

Entrevista a Miguel Pereira
Damos hoje início a uma nova rubrica, que se pretende regular, em que entrevistamos uma personalidade ligada ao futsal distrital (técnico, atleta, dirigente ou árbitro) que se tenha evidenciado recentemente ou cuja carreira de mérito o justifique.
O nosso primeiro entrevistado é Miguel Pereira, 34 anos, casado, comercial, treinador de futsal ininterruptamente desde os 17 anos, tendo orientado equipas como o Aliado de Lordelo, Alfenense, Casais Novos, Dinamo 80, Escolas da Arreigada até chegar ao Sobrado, onde se encontra há 4 épocas, tendo promovido 3 vezes consecutivas a sua actual equipa nos últimos 3 anos (desde a 3ª divisão distrital até à divisão de honra, onde actualmente se encontra) e conquistado 2 títulos distritais (perdendo o 3º título na marcação de grandes penalidades).
É pois um treinador em alta. Fomos saber como ele conseguiu estas vitórias? Quais as suas ideias a que dá prioridade? Quais os conceitos por que se rege? É isto, e outras coisas, que se fica a saber ao longo desta entrevista que Miguel Pereira concedeu, no dia 28 de Setembro, ao futsal-porto-distrital.
Óscar Rosas [OR]: Qual o primeiro sentimento que lhe vem à cabeça quando pensa nestes anos de carreira?
Miguel Pereira [MP]: Que cada vez gosto mais de futsal em geral e de ser treinador de futsal em particular.
OR: Qual o balanço que faz da sua carreira?
MP: Orgulho e satisfação. Praticamente todos os desafios que enfrentei foram ganhos. Sempre tive a ambição de abraçar um projecto como o do Sobrado. Tentei, anteriormente, por outros clubes por onde passei impor um projecto semelhante, mas sem sucesso dada a ausência de condições para tal. No Sobrado foram-me dadas condições essenciais para que o sucesso fosse possível.
OR: Sente a mesma motivação do primeiro dia ou estes anos desgastaram-no e vai encarar a próxima época de modo diferente?
MP: Sinto exactamente a mesma motivação e tenho a mesma vontade de ganhar, face aos novos desafios que o Sobrado definiu a curto/médio prazo.
O primeiro objectivo que foi traçado quando aqui cheguei era atingir a divisão de honra. Foi alcançado. Se fosse apenas a pensar em mim, na minha imagem, seria agora o momento ideal para sair e procurar um outro projecto válido num outro clube.
Contudo os dirigentes do Sobrado apresentaram-me, no final da época que findou, um novo projecto que consistia em chegar, a curto prazo, aos nacionais. A motivação face a tal projecto foi enorme. Face ao desafio que me foi apresentado pensei: porque não mais um degrau? Bastaram apenas 10 segundos para responder afirmativamente aos dirigentes do Sobrado.
A condição que apresentei foi apenas de tentar manter, o mais possível, todo o grupo de trabalho existente (atletas, dirigentes, corpo médico, equipa técnica). E isso verificou-se. Saiu apenas um atleta, o “Ventoinha”, para o Boavista por razões financeiras. Esta saída foi suprida com a contratação de Pele e Esquerda ao Vila Boa do Bispo.
OR: Já percebeu porque vence tanto?
MP: Cheguei até aqui por competência. Acho que sou um treinador que reúne condições para, de uma forma geral, ser bem sucedido. Aspectos importantes como personalidade, conhecimentos técnicos, intuição e personalidade são características que penso ter comigo.
OR: O que diz e pede aos seus atletas?
MP: Há uma coisa que sempre lhes digo, que sejam o mais “profissionais” possível no tempo (6 horas semanais) que dedicam ao clube. Aspectos como assiduidade, pontualidade, empenho, etc, têm de estar sempre presentes. As “remunerações desse profissionalismo” são as vitórias e o sucesso. Este é o meu primeiro mandamento.
OR: Hoje é um treinador diferente do que quando começou?
MP: Sem dúvida que sim. Quando cheguei ao Sobrado a equipa não era a minha. Mas agora que a equipa está formada, estruturada e criados laços de empatia com os jogadores e estes com o treinador o discurso é necessariamente diferente.
OR: Quais os atletas que mais o marcaram?
MP: Não destaco algum em particular. Acho que os atletas não devem marcar o treinador mas sim o clube. Os atletas não são do treinador, são do clube, mas têm de estar com o treinador. E aqui tenho tido a felicidade de praticamente todos os atletas que treinei terem a condição necessária para eu os treinar, ou seja, respeitar o treinador e as suas decisões da mesma forma que o treinador os respeita a eles como atletas e como homens.
OR: Quais os seus segredos?
MP: O meu principal segredo é criar um compromisso com os jogadores, dirigentes, corpo médico, corpo técnico no sentido de formar um corpo com um sentido de grupo muito forte, em que cada um, individualmente, tem de trabalhar para o colectivo. Se, por acaso, aparecer uma “ovelha ranhosa” tem de ser o próprio grupo a expulsa-la. Esta minha forma de liderar, que eu denomino de “liderança partilhada” tem-me dado bons resultados. Mas, que fique claro, em última análise quem manda é o treinador.
Por Óscar Rosas

6 comentários:

  1. Boas Hugo. Sim é verdade e jamais o esqueceria! Aliás mencionei-o na entrevista, mas talvez por opção do autor ou falta de espaço o mesmo não foi referido!!

    Acrescento, o meu inicio no Futsal foi na Associação Academica de Custoias, que com orgulho liderei quase todos os escalões jovens, tendo sido também um dos fundadores dessa grande instituição!

    Grande abraço

    Miguel Pereira

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  2. Sem querer tirar mérito ao Sr.Miguel Pereira, tenho de dizer que grande parte do seu sucesso no Sobrado se deve ao trabalho de uma pessoa que nasceu para o desporto: O César.
    Desde novo que se evidencia no desporto e em diversas modalidades. Grande Trabalho!

    Marco Sousa

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  3. mais um k pagou para sair a entrevista se fossem entrevistados todos os treinadores ainda bem mas so um isso ker dizer o quanto pobres somos em especial este site k so promove alguns façam algo de util nao estas entrevistas pagas

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  4. Útil seria você identificar-se, possivelmente poderia ser o próximo a ser entrevistado.
    Entrevistas pagas?
    Promover alguns?
    Site pobre?

    Entrevistas pagas?
    Caro anónimo não é que já pensei em começar a cobrar as notícias saídas neste blog (brincadeira minha), até porque não é qualquer um blogue que ultrapassa constantemente as duas mil visitas por dia.
    E desculpe que lhe diga se você se identificasse até apresentava o recibo que passei e o cheque que recebi por o Óscar Rosas ter efectuado a primeira entrevista ao Miguel Pereira, mas posso dizer que a verba ronda os dez mil euros e com estes valores até me despedi do emprego e dediquei-me exclusivamente ao blog.
    Promover alguns?
    O futsal-porto-distrital, promove o futsal no global e não uma ou outra personalidade, mas como deve entender alguém teria de ser o primeiro.
    Site pobre?
    O único pobre aqui, só mesmo a sua pobreza intelectual.
    Tenho dito.
    Atentamente
    Artur Moreira

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  5. E ainda perde tempo com estes abutres?? Deixe-os ladrar!
    Excelente iniciativa. Aguardo próximas entrevistas.

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  6. Olá mister Miguel, sou aquele miudo que a uns anos atras o questionou sobre a utilidade do 4:0 contra equipas muito defensivas. Lembra-se? A sua justificação e insistência me marcou e hoje respeito essa convicção, mesmo não concordando, a determinação identifica os grandes homens.
    Tenha cuidado com a próxima época, pois quando as derrotas aparecerem, a culpa não será do seu adjunto nem do presidente nem da grande estrutura do Sobrado. As culpas serão suas.

    Desejo-lhe as maiores felicidades, apesar de não falarmos muito admiro-o como líder.

    Um grande abraço. Pedro

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